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Alergia a Cosméticos

Cosméticos são produtos amplamente utilizados e que podem provocar alergia. Compreendem substâncias presentes em maquiagens, perfumes, tinturas, alisadores capilares, depiladores, desodorantes, produtos para banho, cremes dentais, sabonetes, hidratantes, esmaltes de unhas, entre inúmeros outros produtos.

A incidência desta alergia é baixa, se considerarmos a quantidade de pessoas e o número imenso de produtos utilizados no mundo todo, sendo mais frequente nas mulheres do que nos homens. No entanto, esta proporção tem se modificado nos últimos anos devido ao maior número de homens que passaram a utilizar cosméticos em sua rotina diária.

A reação cutânea por cosméticos pode ser de dois tipos:
1. Dermatite de Contato Irritativa
A dermatite de contato por irritante é mais comum e se caracteriza por coceira, queimação e sensação de “picadas”, surgindo logo após a aplicação do produto. Estas reações não são alérgicas
2. Dermatite de Contato por hipersensibilidade
como o nome indica, resulta da sensibilização alérgica e não depende de ação irritante ou tóxica do produto sobre a pele.

As reações de contato por alergia dependem de um processo de sensibilização e por isso não surgem na primeira vez que uma pessoa usa um determinado produto, mas sim após algum tempo. Este fato explica uma dúvida comum:

“se eu sempre usei, como é que só agora surgiu a alergia?”.
Estas reações se acompanham de eczema e se acompanham de coceira importante. Logo surgem áreas avermelhadas (eritema) onde aparecem bolinhas de água (vesículas) e que podem se romper eliminando um líquido pegajoso (exsudação). Com o passar do tempo, o liquido seca, podendo surgir crostas e descamação. Utiliza-se a denominação de eczema ou dermatite de contato.

Como reconhecer a dermatite de contato aos cosméticos?
O diagnóstico da dermatite de contato é feito através da análise clínica feita pelo médico. O exame físico evidenciará o tipo e a localização das lesões e o teste de contato complementará a busca do fator causal.

1. A história clínica de cada pessoa:
Ao conversar com o paciente, o médico procurará identificar o número de vezes que foi utilizado o produto e investigará a forma, onde e como começou a lesão cutânea. Por exemplo: um eczema em pálpebra que se iniciou um a dois dias após uma ida à manicure, deve ser suspeitado o esmalte de unhas como causador do processo.
Outros pontos importantes a serem investigados são: ambiente e atividades profissionais, vestuário, tipo de cosméticos utilizados, ambiente domiciliar do paciente.

2. As lesões apresentadas na pele:
Ao examinar o paciente, o médico observará a localização e o aspecto das lesões. Algumas localizações são características:
• Eczema em pálpebras: esmaltes de unhas
• Eczema em orelhas: brincos
• Eczema em axilas: desodorantes
• Eczema em pescoço: perfumes, colares, esmaltes.
A dermatite de contato pelo esmalte de unhas raramente se dá na própria unha, por ser uma região dura, mas sim na face, em especial nas pálpebras e no pescoço.

3. O teste de contato:
Este teste é feito aplicando várias substâncias aderidas a um papel de filtro nas costas do paciente, deixando em contenção durante 48 horas. Após este período, o teste é retirado, o local é marcado e a leitura é realizada 48 e 72 horas após a colocação. Recomenda-se expor à luz solar após sua retirada, para observar possível reação com, a luz (fotoreação).

O teste de contato é feito com uma bateria padrão de substâncias, mas pode ser realizado também com os cosméticos usados e suspeitos de serem causadores do eczema. É praticamente impossível fazer uma lista completa de todas as substâncias utilizadas em cosméticos, pois são utilizados um grande número de conservantes, corantes, fragâncias e veículos. Entretanto, algumas substâncias são sensibilizantes freqüentes, como por exemplo:
Parafenilenodiamina (tintura de cabelo, cosméticos escuros)
Sulfato de níquel (tintura de cabelo, contaminante em corantes)
Eosina (corante usado em batons)
Anilina (lápis de sobrancelhas)
Bálsamo do Peru (fragâncias)
Perfume mix
Nitrocelulose e cloreto de cobalto: esmalte de unhas, etc.

Tratamento da dermatite de contato
O tratamento ideal é aquele onde se consegue identificar a substância responsável, afastá-la evitando assim o problema. Existe a opção de usar produtos hipoalergênicos, isto é, que raramente provocam alergia, porém mesmo assim algumas pessoas poderão reagir.
Por isso, é muito importante procurar um médico especialista em Alergia que irá orientar não apenas o tratamento das lesões cutâneas, mas também a prevenção de futuros episódios.

Fonte: ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

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